sexta-feira, 14 de março de 2014

Repensemos as desistências




somos sempre recomeço...

nós que desatamos
laços, passos, adereços

o avesso dessa tona
a calma
que por aqui passou longe

tudo é tão grave
quanto agudo
e tanto urge quanto mora



em teu porto
eu, fragata
no meu canteiro
tu afloras

espero o tempo do tempo
já não conto mais as horas

tua sanha, já conheço
somos sempre recomeço

o que importa
é agora


Malu Sant'Anna


nas vírgulas que ejaculas
procrio reticências

Malu Sant'Anna

Bolero


(FOTO GOOGLE SEARCH)



chuva fria
acortinando a alma
vento que me embaraça
os meandros de tanta vida

eis servido o traço
em quereres e sinas

mar quebrando
a rotina da areia

um abraço sem pressa nenhuma
um orgasmo, uma lua

um pouco do que é à toa
e algumas doses de transgressão

tudo o que quero 
é também o que preciso

o intenso 
e coletivo

que se derrama e irriga
de dentro para fora

qual música em ebulição

Malu Sant'Anna