sexta-feira, 20 de maio de 2016

Poema para Fernanda




Eu absorvo. Absolvo.

Sou elástica, performática
Umas vezes até
Pragmática

Sou intensa
Como coice de mula
E de uma sentimentalidade 
Drástica

Não espere nada de mim
Que não seja absolutamente meu

Entre o óbvio e o absurdo
Destilo cores
Ácidas.

Malu Sant’Anna

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Namorado

(FOTO BY HELENA)

pudesse eu escolher

tu serias
aquele que me revira e ergue
me repara e verte

me maravilha

por quase o tempo inteiro da vida
te esperaria

pra ser coberta de beijos
tirar acertos dos erros
sonhar loucuras
tardias

de todos no mundo
de todos os mundos possíveis
da realidade, da fantasia

pudesse eu escolher
o meu namorado pra sempre

pra sempre
tu eu queria


sexta-feira, 14 de março de 2014

Repensemos as desistências




somos sempre recomeço...

nós que desatamos
laços, passos, adereços

o avesso dessa tona
a calma
que por aqui passou longe

tudo é tão grave
quanto agudo
e tanto urge quanto mora



em teu porto
eu, fragata
no meu canteiro
tu afloras

espero o tempo do tempo
já não conto mais as horas

tua sanha, já conheço
somos sempre recomeço

o que importa
é agora


Malu Sant'Anna


nas vírgulas que ejaculas
procrio reticências

Malu Sant'Anna

Bolero


(FOTO GOOGLE SEARCH)



chuva fria
acortinando a alma
vento que me embaraça
os meandros de tanta vida

eis servido o traço
em quereres e sinas

mar quebrando
a rotina da areia

um abraço sem pressa nenhuma
um orgasmo, uma lua

um pouco do que é à toa
e algumas doses de transgressão

tudo o que quero 
é também o que preciso

o intenso 
e coletivo

que se derrama e irriga
de dentro para fora

qual música em ebulição

Malu Sant'Anna

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

o mal e a cura

(Foto Google search)

 
a língua lavra
amor e ódio
à lenha e lanho
 
ambígua
inunda e mingua
 
justaposta
 
entre o gume do verbo
e o gozo vulvar
 
Malu SantAnna

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

daquilo que não ousamos dizer

(FOTO BEN GOOSSENS)

desafio-te
à minha nobreza
entre os corpos caídos
em torno da mesa do bar

teus olhos nos meus
lisérgicos inflamam
culpas antigas
que insistem voltar

o silêncio carrega
para longe as certezas
e as dúvidas mais
íntimas

fecundam o ar

não te apegues agora
já não há mais tempo
nessa luta de egos
quem perder vai ganhar

Malu Sant'Anna